segunda-feira, 8 de junho de 2009

Dia apaixonado

Abriu os olhos rapidamente quando o despertador tocou. Amava aquela música, mas ela o irritava tanto quanto tocava no despertador que a única saída era acordar rápido e deliga-la. Levantou-se, prometeu, como todos os dias, que o banho de hoje seria de 5 minutos mas, como de costume, durou 25. Se secou, escovou os dentes e foi se vestir. Camiseta verde, a preferida; calça jeans,;all star, aquele par velho e surrado pelo qual sua mãe vivia gritando 'MENINO, joga esse tênis fora! Eu te dou dinheiro e você compra outro, mas esse você não usa mais!', pegou documentos e celular e foi embora.
Encontraria ela, que nas últimas duas semanas havia sido o único pensamento feliz que passava pela cabeça. Correu, empolgado, rezando para chegar rápido. Enquanto dirigia, pensava no dia em que se conheceram, no da em que conversaram pela primeira vez, no dia em que se beijaram e em todas as conversas que haviam tido até então.
Ele dizia que ela era a coisa mais linda e fofa que já havia conhecido. Ela dizia que não tinha nada de fofa e linda e que, se alguém entre os dois era lindo e fofo, era ele. Ele também negava. Ambos, no fundo, sabiam ser lindos e fofos. Ainda mais juntos. Só haviam se beijado algumas vezes, mas todas as pessoas que viam, perguntavam há quanto tempo namoravam. Eles se olhavam sem graça e quase nunca respondiam.
A única coisa a desejar, naquele momento, era um beijo e um abraço eternos.

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