domingo, 13 de setembro de 2009

Na cama com Madona

Sabe Deus o motivo desse nome pra um post, mas foi esse que eu quis e assim será.
Eis que hoje eu fui almoçar em família - eu, meus pais e minha irmã. Muita conversa rolou, a gente se dá bem, no geral, apesar de que meu pai não fala comigo há quase uma semana porque acha que eu estou errado quanto a algumas coisas e eu, como não podia ser diferente, acho que ELE está errado quanto a essas coisas. Enfim, Deus sabe o que faz.
Aí, no meio do almoço, minha mãe começa a falar dos netos que ela quer ter e coisas assim. Meu pai ainda comenta algo - "Quero um menino! Mas um menino que jogue futebol comigo, que torça pro inter e que goste de brincar de carrinho, pra gente ir brincar naquelas pistas." - e me faz pensar em como eu frustrei o meu pai.
Mas muito mesmo, assim.
E me envergonho disso, em parte.
Afinal, eu sempre fui um bom filho, fato, mas sempre retruquei muito, bati de frente com coisas que eu não aceito ou não gosto. Meu pai é assim e eu peguei isso dele. Mas, mais que isso, nunca fui o filho que sonhava em ser jogador de futebol, sequer fui o filho que gostava de futebol, muito menos fui o filho que torceu pro inter a vida inteira - diga-se de passagem que, quando eu era pequeno, eu torcia pro grêmio, ainda por cima - ou que brincava com ele de carrinho, de lutinha ou qualquer dessas brincadeiras de pai e filho.
Aí, ao invés de eu, filho, ter crescido frustrado pela ausência de um pai, como muitos tem e eu lamento, cresci de boas comigo, curtindo meu intelecto, lendo livros e discutindo sobre como eu seria um astronauta quando crescesse e buscaria me instruir em física, pra poder estudar coisas sobre o universo. Mas nunca dei muita atenção pros sonhos do(s) meu(s) pai(s) com relação a mim.
Aí hoje veio tudo isso a tona.
E não bastando o fato de que já estou me sentindo mal com isso, me dói saber que não há nada a fazer para que isso possa ser mudado, ainda mais nessa altura de vida. Agora cá estou eu escrevendo e quase chorando enquanto penso em como deve doer mais nele do que em mim o fato de que eu não sou o que ele esperava que eu fosse (nem uns 20% do que ele esperava, diga-se de passagem).
FIM, porque se eu continuar, esse dia vai acabar mal.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O pensamento que lhe passava pela cabeça era único: não existe bom humor durante a manhã. Só falsidade, sinismo e máscaras. Ninguém pode acordar feliz. Não existe como.
Até que viu aquela criança, meio mal vestida, suja, um pouco machucada, visivelmente pobre, com dores internas próprias, mas que ainda sim sorria. Isso as 7h18 da manhã, perto da rodoviária, por onde passava com seu carro de modelo atual, trocado com tão pouco sacrifício na última semana. Mudou seu pensamento.