terça-feira, 21 de abril de 2009

garoa fina

Incrivelmente só, saiu de casa. Andou pela longa rua que separava sua casa do resto do mundo, mas sem nenhum objetivo. Ver gente normalmente ajuda a gente a esquecer algo. Mas o que queria não era esquecer. Pelo contrário. Queria lembrar. Lembrar de cada momento, cada segundo. Única forma que via de saber onde errou. Aquela paixão de fim de semana, como era comum na sua vida, mexeu com sua vida mais do que a passada, ou que a anterior ou mesmo a outra.
Chegou àquilo que chamava de civilização. O cigarro na mão ajudava a organizar suas idéias, mesmo que, no momento, fosse consumido pelo vento. A leve e fina garoa que lhe caía à cabeça normalmente não era do seu agrado, mas nessa situação, poderia durar pra sempre. Procurou, no concreto que a cercava, o grande e verde espaço entre as lojas que menos gostava. Sentou-se. Acendeu outro cigarro e se deitou. Olhando o céu, chorou.

Um comentário:

Ina disse...

hehe...engraçado como vc descreveu bem um d meus dias...huahauhauhau
tirando a parte do cigarro afinal eu n fumo..
huahuahauhauahuahau
gostei!